sábado, 23 de agosto de 2014

Alimentação escolar é problema crônico

Pai de aluno cobra merenda de qualidade, falta de uniformes e livros didáticos. Prefeitura afirma estar tudo em ordem.

Dias antes do afastamento do prefeito Miguel Jeovani e vários outros funcionários da Prefeitura por suspeita de fraude na licitação da merenda escolar em Araruama, em 25 de fevereiro, o contribuinte Paulo de Tarso Fonseca protocolou um pedido de esclarecimento na Secretaria de Educação quanto à razão das deficiências da alimentação estudantil nas escolas municipais e da falta de uniformes e livros didáticos. Pai de dois filhos matriculados na Escola Municipal Vereador Moysés Ramalho, ele vem há bastante tempo questionando esses problemas, que se acentuaram em 2013 e chegaram ao extremo no ano atual.
Contestando as afirmações e em resposta oficial, a subsecretária de Educação Maria Ignez afirmou que todas as providências já haviam sido tomadas quanto ao material e uniformes, e que a merenda escolar seguia rigorosamente o Plano Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. Além disso, informou que todas as unidades escolares encontravam-se abastecidas de gêneros alimentícios que atendem as necessidades nutricionais dos alunos em suas diferentes faixas etárias.
Não satisfeito com a resposta, que segundo ele não condiz com a realidade, protocolou novo questionamento, no qual ressalta que mesmo após mais de um mês, nenhuma providência foi tomada. Na carta, Paulo afirma: “constatei, in loco, que estavam sendo servidos arroz, feijão e carne moída, cuja procedência não pude verificar, sem legumes, hortaliças, e menos ainda, frutas e/ou produtos de lacticínio, conforme dita o PNAE.(...)É imperioso que V.Sra. se manifeste, de maneira honrosa e digna, perante a sociedade araruamense, respondendo pela secretaria que comanda e, principalmente, sejam solucionadas as gravíssimas pendências listadas acima”.
Meses se passaram, e nenhuma resposta veio.  Após as férias, já no primeiro dia de aula, 14 de julho, a parca refeição servida foi uma “rala canjica”. Paulo de Tarso completa: “A situação está tão decadente que os funcionários têm que optar por fazer suas refeições fora do estabelecimento de educação ou levar sua própria alimentação. Os uniformes, de acordo com o documento anexo, já licitados, não foram entregues. Onde foram parar os R$2.561.333,00 (dois milhões quinhentos e sessenta e um mil e trezentos e trinta e três reais e noventa centavos) pagos à Contratada: A3 Indústria e Comércio de Roupas Ltdª? Os livros, peças fundamentais, não foram, até a presente data, entregues na sua totalidade e integralidade.”

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