sábado, 23 de agosto de 2014

Jornal O Cidadão mostra na prática que é possível estar sempre “a serviço” da Prefeitura, seja ela qual for

Um exemplo de fidelidade aos governos de Araruama


Entra prefeito, sai prefeito, e o Jornal O Cidadão está sempre “lá”. O periódico, que afirma ser “líder de circulação em Araruama”, está sempre servindo, apoiando e divulgando as notícias das assessorias de comunicação da Prefeitura de Araruama e dos políticos que o “apoiam”, e atacando os seus opositores durante a maioria do tempo. Mas até onde a credibilidade do veículo sai arranhada depois de tanta mudança de opinião?


É claro que não existe um veículo de imprensa sequer que seja totalmente parcial, ainda mais ao tratarmos de um jornal do interior do Estado. A questão é a motivação que faz com que ele mude de ideologia de uma forma tão rápida. O jornal O Cidadão, que circula há sete anos em Araruama, ora exalta um grupo político e ataca o grupo adversário, ora faz o oposto, de acordo com a ‘dança das cadeiras’ do poder.
Temido por políticos e marketeiros de campanha, o jornal já foi o responsável por uma declaração polêmica da esposa do prefeito de Araruama e candidata a deputada Márcia Jeovani durante um comício em 2008, quando chamou o jornal de “um desses jornalecos”, ao se referir aos ataques sofridos por ela e seu marido, que eram chamados respectivamente de “loba em pele de cordeiro” e “boneco de cera”, por conta das fotos de campanha exageradamente trabalhadas no Photoshop. Um assessor do grupo era chamado de “Bambi”. Hoje, os antes hostilizados está no poder, e se submete a estar “de bem” com o jornal, para não voltarem a ser criticados por ele.

“Ou conversa, ou não tem conversa”


Em diversas publicações, principalmente em período pré-eleitoral, o jornal publica matérias exaltando ou denegrindo candidatos e grupos políticos, conforme o interesse no momento. Muitas vezes, matérias do interesse de grupos opostos chegam a se chocar em uma mesma edição, desrespeitando os limites entre o bom jornalismo e a publicidade.
O político X., que prefere não se identificar por temer represálias, afirma que se sentia, de certa forma, refém do jornal. “Se eu não ‘chegasse junto’, na primeira oportunidade ele estava falando mal de mim, mesmo sem motivo aparente. Às vezes, mandava uns recadinhos nas entrelinhas que ninguém entendia direito, em umas colunas que ele publica especialmente para isso. Aí depois, se não tiver entendimento, ele parte para o ataque. E ele faz com todo mundo, seja prefeito, candidato, vereador, comerciante, pastor de igreja...Até secretário de governo ele se acha no direito de indicar”, desabafa.  

Cidadão de bem ou cidadãos de bens?


O jornal O Cidadão deixa claro, como publicado em seu site: “Temos posicionamento político, sim, e esse claro é para nossos leitores (sic). Pois, nossa posição política está bem definida: somos totalmente favoráveis a Araruama e região, aos cidadãos de bem”. 
Será que o periódico tem realmente essa força que ele alega ter? 
Ser o mais lido faz de um jornal ser o mais crido?
Dá para acreditar cegamente no que é publicado na imprensa, sem questionar?
Essa pergunta só você, leitor, pode responder.


Dois anos separam os personagens “ bambi assessor de voz fina” do atual “melhor jornalista da cidade”, além do ex “boneco de cera soberbo” e sua esposa “loba em pele de cordeiro” dos atuais “exemplos de empresários bem sucedidos e de referência no Estado e quiçá no País”.
O que motiva esse tipo de mudança de opinião?

“Mentira deslavada”


Até um jornal que é seu correligionário, o “Correio da Cidadania”, publicou matéria de capa acusando o jornal O Cidadão de “mentiroso deslavado”. Em sua edição de nº 84, ele diz que é normal O Cidadão “mentir e desmerecer as pessoas, às vezes até com ameaças veladas(...)”. 
O jornalista Arlindo Caetano, responsável pela publicação, cita ainda: “muitas pessoas me param na rua para falar que esse ‘pasquim’ está perdendo a credibilidade, e que, aliás, nunca teve, e vive de aventura aplicando aqui e acolá os seus tradicionais golpes de nas bocas da macaca”. 
A matéria do Correio da Cidadania ainda aponta o problema da falta de um jornalista responsável pela publicação, o que já suscita que o trabalho, por mais comercial que seja, é amador no sentido jornalístico. Afinal, nessa área, credibilidade se conquista com profissionalismo e sem artifícios para desvirtuar a verdade. 

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